Os Três Tipos de Frevo: Rua, Canção e Bloco — Entenda de uma vez por todas

Muito além do "frevo é tudo igual". Se você já achou que frevo é tudo a mesma coisa, este artigo vai te surpreender. O frevo tem um universo à parte, com três estilos bem distintos, cada um com sua musicalidade, sua emoção e sua função dentro da folia. Entender isso é essencial para quem ama música brasileira — e obrigatório para quem quer tocar, dançar, pesquisar ou simplesmente viver o frevo. Prepare-se para distinguir o vibrante frevo de rua, o nostálgico frevo de bloco e o cativante frevo canção. Bora?

Maestro Seraphim

5/13/20253 min ler

FREVO DE RUA – A explosão instrumental do carnaval pernambucano

É o mais famoso, o mais intenso e o mais acrobático.

Características principais:

  • Instrumental: sem letra, só música

  • Muito rápido: média de 120–160 bpm

  • Cheio de metais: trompetes, trombones, tubas, saxofones e percussão gritam no compasso

  • Energia no talo: feito para embalar multidões pelas ruas

  • Dança intensa: o famoso passo nasceu aqui

Exemplos clássicos:

  • Fogão – Sérgio Lisboa

  • Último Dia – Levino Ferreira

  • Cabelo de Fogo – Maestro Nunes

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FREVO CANÇÃO – Pra cantar a plenos pulmões

É o frevo com letra e poesia, de refrão chiclete (marcante) e coração aberto.

Características principais:

  • Tem letra e melodia vocal

  • Usa uma voz principal como guia e instrumentos acompanhando

  • Versos falam do carnaval, de amor e saudade

  • Mais calmo que o frevo de rua, mas ainda vibrante e frenético

  • Ideal para cantar junto em palcos, blocos e trios elétricos

Exemplos marcantes são as músicas:

  • Voltei Recife – Luiz Bandeira (na voz de Claudionor Germano)

  • Frevo Mulher – Zé Ramalho (na voz de Elba Ramalho)

  • Diabo Louro – J. Michiles (na voz de Alceu Valença)

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Ouça nossa playlist com frevos canção clássicos e contemporâneos (em breve)

FREVO DE BLOCO – A nostalgia poética dos carnavais antigos

É o frevo que emociona, que toca fundo na alma.

Características principais:

  • Cantado em coro, geralmente por blocos líricos

  • Instrumentação suave: violões, cavaquinhos, clarinetas, flautas e percussão

  • Melodia lírica e arranjos elaborados

  • Fala de saudade, memória, romantismo, e do próprio carnaval

  • Fortemente ligado ao Recife Antigo e às tradições das troças carnavalescas

Exemplos inesquecíveis:

  • Frevo de Saudade – Nelson Ferreira

  • Último Regresso – Getúlio Cavalcante

  • Aurora de Amor – Maurício Cavalcanti & Romero Amorim

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Veja uma apresentação do Coral Edgard Moraes com frevo de bloco (em breve)

Comparando os três tipos de Frevo:

O frevo de rua é o mais vibrante e puramente instrumental dos três tipos. Sem letra, ele é marcado pelo som enérgico dos metais, das palhetas e da percussão, ideal para os foliões que “caem no passo” apenas sentindo a música. É o frevo da explosão rítmica, da avenida, do suor e do improviso dos passistas.

Já o frevo canção compartilha da mesma base instrumental do frevo de rua, mas se diferencia por conter nele a letra. Suas canções falam de amor, cidades e sentimentos diversos. É um frevo que se canta e se dança, muitas vezes ganhando um tom mais melódico, com refrões marcantes que ficam na memória do povo.

Por fim, o frevo de bloco é o mais lírico e romântico dos três. Traz arranjos delicados com instrumentos de corda, como violões e cavaquinhos, e um coral na maioria feminino que dá leveza às canções. Ele evoca os antigos carnavais, as fantasias e a nostalgia dos blocos tradicionais que desfilam com flabelos e poesia pelas ruas de Pernambuco.

Conclusão: Três jeitos de ferver... e se emocionar

Agora você sabe: o frevo tem muitas caras, e todas são legítimas. Cada tipo serve a um momento da folia, a uma emoção do folião, a uma expressão da nossa cultura.

Entender os tipos de frevo é essencial para quem quer:

  • tocar em bandas ou orquestras

  • dançar com autenticidade

  • compor ou arranjar novas obras

  • ensinar o frevo nas escolas

  • curtir ainda mais o carnaval

E você, qual tipo de frevo mais te encanta? Conta pra gente aqui nos comentários!

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1958. (Foto: Mario de Carvalho).